Há uma música do Grupo Skank que se refere ao povo brasileiro como MOSCAS SEM ASAS... E que sendo sem asas não ultrapassam as janelas de suas casas.
Porém, desde 2013 nosso povo dormente acordou de um sono profundo e levantou-se para começar sua luta. De tal forma que opina mais, se interessa mais, participa mais e quer sair às ruas delatar, contestar, protestar. Será que estamos dentro do princípio da evolução querendo criar asas? Ou quem sabe temos asas, mas não sabíamos que estavam ali, em nossas almas acopladas?
Uma população que não aceita mais ficar, apenas, em seus cômodos sofás vendo a vida acontecer no Jornal Nacional. Sim, não mais as moscas do Skank para sermos, agora, moscas do Raul:
“Eu sou a mosca que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou prá lhe abusar…
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar…”
Mas, como asas recém descobertas estamos meio tontos, como um pássaro em seus primeiros vôos que, muitas vezes, cai e não sabe se levantar.
Onde quero chegar? Simples meu amigo leitor:
Nós povo Brasileiro temos deixados nossa vida pública nas mãos de gente que não tem qualificação, mesmo quando tem não possuem, porém, idoneidade. Sim, temos deixados nossa casa “em comum” nas mãos de pessoas que agem em torno de seus princípios ideológicos, porém, eles, ditos princípios, estão longe de ser os princípios da Carta Magna Constitucional da Igualdade, Liberdade e Democracia acima de tudo com sua máxima em que todos somos iguais perante e a lei e temos, desta forma, direito ao acesso à saúde, educação, moradia, laser, segurança pública entre todos os outros que ouvimos falar que temos, mas, de verdade, é pura teoria.
Negligenciamos o que é de mais valor: A vida em comunidade. Entregamos de mão beijada nossa casa nas mãos de pessoas, das quais depois, reclamamos... Tarde de mais...
Lhe pergunto: Do que adianta reclamar assim, nos sofás das casas, nos rodinhas do boteco? Se você age assim é uma mosca sem asas que está limitado ao espaço das paredes de sua casa.
O Brasileiro até quer brigar, mas, verdadeiramente não assume seu papel social para mudar a história de seu país.
Vamos pousar na sopa, vamos participar da vida pública. Saiamos das criticas somente. Vamos mostrar como é que queremos, como é que se faz. Participe da vida comunitária de sua cidade. Filie-se a um partido político que tenha uma ideologia mais próxima do que você acredita, mas, não espere encontrar um partido perfeito de pessoas perfeitas... Um partido é o conjunto de muitas pessoas e nem todas são como você e pensam corretamente. É como morar numa república estudantil, há as regras, mas há muitas cabeças pensantes. Uma filiação é o começo de sua participação na vida comunitária de forma mais real.
Deixe suas asas soltas e não aceite cair num primeiro tapa... Lembre-se quando o Poder matar uma mosca, como termina a música de Raul:
“E não adianta vir me dedetizar Pois nem o DDT pode assim me exterminar Porque você mata uma e vem outra em meu lugar…”
Texto By Gra Ekermann publicado no Jornal Expresso Notícias de 23 de maio de 2014.
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