Inimigos Ocultos assombram o poder...
“Persigo-lhe em nome da minha
insignificância diz a Majestade que, sem roupas, insiste em se imaginar adorado
e adornado...”
É assim nas fábulas e histórias que
feitas para crianças dão recados para os adultos... Porém, lembro logo do mundo
real, e em se tratando de grupos em processo lento da perda do poder, penso
naqueles que não aceitam fazer parte desse espetáculo desagradável, logo,
colocam por entre falas e atos suas mesquinharias humanas e reais...
Volto à fábula estudando
detalhadamente a autoridade, que na loucura do Poder se vê ameaçado, quando lhe
pergunta o bobo da Corte __ Por quem Vossa Alteza perde o sono e, quiçá um dia,
o trono? A resposta para o embaraçado Monarca é o medo dos vaticínios, de um
conhecido profeta que, numa data passada disse-lhe que o cetro, a coroa e a
chave um dia seriam dele... Porém, um novo vaticínio e este sim lhe toma de
assombro, conta o fim de sua obra, quando um dia, entregará o poder de ser Rei
para uma Rainha...
Como uma voraz leitora e amante das
histórias de todas as formas penso que o mundo fantástico da literatura em
muito se aproxima da realidade. Em tempos de Poder a manter-se ou Poder a se
conquistar ouço e vejo Majestades com seus fantásticos inimigos imaginários.
Contudo, me pergunto ___ Quem são os
fantasmas destes que estão investidos no Poder?
Muitos dirão que não é “o inimigo”,
mas, “os inimigos”, e eles são definidos, geralmente, como um grupo social que
anseia a cadeira, o cetro, a coroa, o Paço, o Palácio... Enfim, o Poder
assombrado imagina que muito mais importante que administrar é combater o
inimigo (imaginário). Combater pra que sejam exterminados, mas, reitero quase
sempre não se trata de um inimigo concreto, trata-se sempre do “imaginário”.
Quem produz o inimigo imaginário? Quais
são os grupos sociais que são ou podem se tornar inimigos imaginários?
A
primeira questão é: Quem inventa o inimigo
imaginário. Sem sombras de dúvidas, se tal inimigo é fictício,
alguém o inventa. O mais interessante nestas histórias da vida real é que a
classe dominante é a principal criadora de inimigos imaginários.
Uma razão clara da criação do
Fantasma Inimigo é a óbvia intenção em desviar a atenção para este suposto
inimigo e ocultar a verdadeira razão da crise de seu reinado, seja ela
incapacidade, alienação, esquizofrenia, insensatez, incoerência, etc, etc,
etc.
Quais são os grupos que são ou podem se tornar inimigos imaginários? Bem, aqui, analiso rapidamente que pode ser no singular O INIMIGO...
Mas, enfim, quem são estes ou quem é o potencial inimigo? Reposta breve e rápida: Todo aquele que pensa, expõe, luta,
levanta hipóteses, busca respostas e pode, de repente, vir a ser a cara da
corte que, por ora, assiste a visão funesta da majestade sem roupas...
Resumindo amigos leitores, o maior
inimigo do Poder Assustado é a sua própria sombra que se traduz na incapacidade
de administrar conflitos, de ser transparente, de agir com eficácia, de
produzir finalidades e, por fim, de construir um mundo melhor. Os maiores
inimigos não são sicrano, fulano e beltrano... Não é, também, o partido A, B ou
C... Quiçá fosse uma ameaça verdadeira que colocasse em risco não o Poder em
questão, mas a cidadania e a civilidade, mas isto também não é... O maior
inimigo é o medo absoluto de um dia acordar na posse de um sucessor(a) e que o
vaticínio infeliz tenha se tornado realidade...
Texto By Gra Ekermann publicado no Jornal Expresso Notícias em 10 de maio de 2014.
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