Encontrei hoje um querido amigo que, depois
de uma conversa sobre civilidade, ética e direito citou o filósofo Diógenes e
sua lanterna... Mas quem foi Diógenes e
qual a relação dele com os tempos de agora?
Um filósofo grego
que nasceu em torno de 400 antes de Cristo em Sinop, onde hoje é a
Turquia. Diógenes vagava pelas ruas de Atenas, na Grécia, com uma lanterna
procurando “a verdade” ou “um homem honesto”. Diógenes era completamente
desligado de bens materiais, vivia como mendigo dentro de um barril. Dizia que
assim era livre. Outro filósofo, Epicteto, escreveu sobre ele:
“Se quiseres que eu te mostre um varão verdadeiramente livre, apresentar-te-ei Diógenes. E de que modo chegou ele a ser livre? Destruindo em si tudo quanto o pudesse tornar presa da escravidão; desligado de tudo, completamente isolado, nada possuía. Dava tudo o que lhe pedissem, mas estava fortemente unido aos deuses e a ninguém era inferior em obediência, respeito e submissão para com a tal soberania. Estava aí a sua liberdade.”
Quando Alexandre o Grande
(autoridade máxima da época) perguntou o que poderia fazer por ele, ouviu como
resposta: - Sai da frente que você está tapando o
sol...
Com sua liberdade, Diógenes
incomodava. Afinal, a vida em sociedade apóia-se na supressão das liberdades.
Liberdade de Expressar-se, liberdade de pensar e ser autêntico, liberdade de
escolher entre A e B sem culpa ou imposição tirânica de quem está no Poder,
liberdade de gritar por um direito sem no segundo seguinte ser censurado com um
cálice venenoso de um insignificante... A
liberdade incomoda muito ainda nos dias
de hoje.
Meu amigo, um guerreiro
cidadão de lutas em nome do direito, de batalhas pela igualdade, ética e
justiça disse-me jamais aceitar benesses indevidas de alguém pra poder
continuar trabalhando, quer apenas ser respeitado.
Mas, meu caro guerreiro,
infelizmente, de maneira esquizofrênica, o Poder tenta sempre tampar o sol,
seja de quem for... Tenta sempre apagar a lanterna, pois na escuridão pode errar
sem, porém, ser visto e delatado. Contudo caro cidadão de batalhas, não desista
de seus princípios, tenho orgulho em tê-lo como amigo e exemplo.
Ousemos ligar nossas lanternas e saíamos nas ruas procurando a verdade,
ou mesmo, um ser humano honesto que nos dê o alento de crer num futuro para
nossos filhos. Ousemos ligar nossas lanternas e saiamos em busca de líderes que
ousem ser justos e íntegros.
Ousemos encontrar no âmago de “nosso” peito a honestidade perfeita que
não nos permita aceitar uma benesse (particular) que nos desqualifique como um
cidadão de um estado democrático... Que não nos permita achar que conchavos
políticos existem e está tudo bem... Que não nos permita achar que é boa autoridade
de quem Rouba, mas, faz... Que não nos permita ser conivente com o erro e com o
errado vida afora...
Enfim termino perguntando a você leitor: O que é ser justo perante a
vida? O que é ser honesto neste mundo? O que é ser cidadão no Brasil?
Examina sua consciência, busca fundo com a lanterna de Diógenes.
Observe, avalie e julgue seus próprios atos em relação ao que você representa
nesta sociedade de escuridão...
Se nossos direitos como saúde, educação e segurança pública (no mínimo)
fossem levados a sério creio que viver seria mais fácil, bons empregos seriam
uma conseqüência, logo, não haveria fome ou desigualdade social, de tal forma
que, poderíamos pedir a quem ousasse tapar o sol: __ Dá licença, pra viver neste mundo justo e de leis imparciais eu
preciso, apenas, de sol...
Texto By Gra Ekermann publicado no Jornal Expresso Notícias de 17 de maio de 2014.
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