Em Telêmaco Borba estamos discutindo a
violência infanto-juvenil e, talvez, a possibilidade de um Centro de Sócio
Educação (Recuperação) de Menores Infratores. Não quero entrar na discussão do
CENSE, não agora, quero, porém estabelecer aqui com meus leitores uma linha
sobre a relação da Segurança Pública de nossa cidade com o Planejamento
Familiar.
Infelizmente, somos um pequeno município com
uma grande população carente, logo, planejamento familiar não pode e não deve
ficar de responsabilidade, apenas, das famílias, mas, deve ter o apoio e
acompanhamento total da Gestão Pública.
Quando pensamos em crianças e adolescentes
que já praticaram algum tipo de crime, percebemos que, somente, em torno de 32%
destes jovens moram com seus pais, ou seja, 68% não residem com seus pais, ou são
frutos de famílias totalmente desestruturadas. Ainda, outro dado importante:
42% dos jovens infratores são vindos de famílias com mais de 4 ou 5 irmãos... Famílias
numerosas.
Dados rápidos e comuns que encontramos em
infinitas pesquisas sociais. Partindo de tais estudos é possível entender que
há uma tendência de não ocorrer a criminalidade, ou, quando ocorre num índice
muito menor, em lares mais estruturados, bem como, menos numerosos. A
pluralidade de filhos num lar com dificuldades econômicas leva, com freqüência,
a uma crise familiar. No próprio lar há o conflito pela comida, pelo afeto,
pelo espaço que é parco, as dificuldades para sobreviver estimulam a violência
interpessoal que passa a ser vista com normalidade pelas crianças que levarão
tais atitudes violentas pras ruas, para a escola, para a vida.
Não, não é regra esta história, há exceções
sim. Contudo, nossa realidade demonstra que o não planejamento familiar é a
maior crueldade com as crianças que nascem nestas situações, com suas famílias
que são naturalmente desconexas em suas bases, assim como, maldade com a
sociedade que recebe estes frutos e que em vez de planejar escolas tem que
planejar prisões...
SIM
- Segurança Pública tem grande relação com Planejamento Familiar.
Precisamos que a Administração Pública
repense o olhar sobre o assunto e em tempo arregace suas mangas para trabalhar
Planejamento Familiar sob tal enfoque.
É responsabilidade do Governo Federal, do
Estadual e principalmente do Municipal desenvolver ações e Políticas Públicas
de Saúde no enfrentamento do problema de mãos dadas com a Ação Social que
deverá fazer o acompanhamento passo a passo, pois o problema mais do que nunca
é dessa secretaria e, nessa baila, a Educação deverá assumir seu posto, pois,
as escolas recebem todos os dias filhos dessa terra e sabem como ninguém o dia
a dia das famílias e das suas crianças. Todo este arcabouço administrativo
unido em prol do Planejamento Familiar com vistas a um futuro de sucesso para
nossas crianças e jovens, do contrário esta mesma administração terá que
Planejar um futuro nefasto nos institutos de correção de menores para as
crianças que sequer nasceram ou para aquelas que estão, ainda, embaladas nos
braços de suas mães...
Para
ter uma família, ser pai ou mãe, imperioso antes de tudo entender e vivenciar o
Respeito à vida, bem como entender a importância de suas responsabilidades com
o futuro e a sociedade – E se não aprenderam ao longo da vida na estrutura de
um lar, precisarão, certamente, apoio da Gestão Pública.
Obs. O CENSE tem sua fundamental importância
na medida em que temos jovens em nossa cidade que já praticaram infrações e
delitos graves, logo, não há como trabalhar o assunto, se não, com medidas
sócio-educativas.
Texto By Gra Ekermann publicado no Jornal Expresso Notícias em dezembro de 2013.
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